28 de out. de 2009

Descobertas dos 21

21 anos. Sou efetivamente maior de idade. Como isso muda minha vida?
Teóricamente, em NADA. Mas ao completar 21 anos, me dei conta do que estava fazendo dessa vida e do que esperava dela. Refleti, me abstive e depois voltei com respostas, sonhos, com possibilidades de mudar o rumo das coisas. Aceitei meus erros mais revoltantes e procurei saber quais pessoas a minha volta realmente importavam PARA MIM. Fui egoísta sim, eu admito. Mas percebi em cada rosto, em cada resposta a verdade por trás das máscaras. Máscaras estas
eu eu pensava ser o único a não ver, o que não passava de um blefe da minha mente para tentar salvar aquelas almas perdidas.

Descobri o que ou quem é Deus, e porque tanta gente o venera e o aceita a cada dia. Descobri sua paz, seu amor, e mais do que isso, descobri que ele é um amigo perfeito.

Além dele descobri pessoas, mundos e histórias que se entrelaçaram com a minha de forma tão bem feita que o nó é impossível de desfazer. Então encontrei verdadeiramente AMIGOS, perto e longe de mim.

É legal saber com quem eu posso contar hoje.
Mas é melhor saber com quem eu vou poder contar amanhã ou daqui a vinte anos.

Nos últimos dias, depois da revolta das ondas do mar sobre minhas ideias, descobri um anjo, que promete recuperar as minhas asas, e encontrei algumas pedras preciosas da vida. Coisas essas que já decidi não perder NUNCA, nem daqui a vinte anos.

Lembram do post sobre meu novo "look"? Ele se confirmou. Tudo é mais claro do que a água limpa da chuva. Isso deve explicar a redução de 15% dos meus contatos online no MSN, e também a diminuição dos telefonemas e dos "eu te amo" recebidos.

Descobri um novo eu, a muito tempo escondido por baixo dos cabelos que cortei, esperando para aparecer, para dar o ar da sua graça. Descobri uma força e alguns novos super poderes. E o mais legal, descobri dois valores que já imaginava não existirem mais. Descobri o Amor Incondicional e Inquestionável e descobri a perfeição da Amizade Indubitável.

Maturidade é algo que eu sempre pensei der, mas de repente vi que levei vinte e um anos acreditando que tinha algo de maduro, e no fim das contas não passava de um fruto verde.

Por fim, numa noite de segunda-feira, no momento mais inoportuno para tal descoberta, descobri a FELICIDADE.

Agora lhes digo, com meus novos poderes e descobertas, reabro as atividades do esquecido eu que todos amavam na esperança de que eu me torne o mais rápido possível um fruto maduro e saudável.


Cuidem-se. E qualquer coisa gritem.

16 de out. de 2009

Acordar...



Ontem na sala de aula me assustei. Do nada percebi que a pelo menos quatro meses eu não estava presente naquele lugar. Não que eu estivesse faltando com freqüência, meu corpo esteve lá. Mas a minha cabeção não. Os exercícios entregues pelo professor para resolução me pareceram escritos em outra língua. Eu não tinha anotações e nem lembranças na cabeça sobre o assunto. Eu estive na sala, mas simplesmente não vivi.

Depois disso e de resolver os exercícios eu comecei a avaliar a situação. Vi que me afastei dos amigos, dos amores, das coisas que me faziam bem para simplesmente existir, perambulando pela vida das pessoas sem me dar conta que mal fiz parte delas.

Depois disso sai com alguns amigos pra me distrair. E vi que talvez eu tenha até saído mais vezes nesses meses e não tenha sido o mesmo. Não vi as coisas acontecendo do mesmo jeito. Não fui amigo deles. Não estava lá quando aconteceram determinados fatos... Eu era simplesmente uma coisa. Ocupava espaço sem participar dele.

Comecei então a analisar o por que disso. E foi ai que eu percebi onde eu errei, onde me deixei perder. Eu estava evitando as pessoas. Estava com medo delas. Me trancando no meu próprio mundinho mais uma vez. Mesmo maduro e forte o suficiente pra decidir entre aceitar esse mundinho ou tentar jogar a bola pra frente e confrontar a dor que me consumia, eu simplesmente optei pelo mais fácil. Optei pela inconsciência. Cai no meu próprio clichê. Fui vitimado pela minha própria inconsistência.

Voltei a existir e esqueci de viver.

O complicado disso tudo é que eu não me senti como das outras vezes, não estava tão triste a esse ponto. Estava realmente sínico, estava sendo meu inimigo por querer. Estava tão acostumado com a força que adquiro quando fico sozinho e inerte que praticamente a escolhi, desejei. Eu quis aquela inconsciência que me tornava invencível. Imortal e capaz de mudar o curso de todas as coisas. Era bom e tranqüilizador me desligar quando possíveis problemas estavam por aparecer

Meses e meses sem me importar se magoaria alguém, se iria ferir alguém. Pelo meu próprio prazer cavei a cova de sempre. Me senti imóvel mas depois percebi que podia ser mais rápido e forte que tudo. Transformei tudo em força pura, transformei amor em raiva e joguei tudo contra todos. Sumi, me tranquei.

Quem precisou de mim não encontrou. Neguei abraços e sorrisos. Demorei pra perceber isso. Demorei pra entender isso. Entender que gosto da solidão. E que ela me torna um melhor jogador do meu baralho de almas a salvar.

E agora vem minha nova batalha. Aquilo que meu corpo quer contra o que meu coração não deseja mais. O sabor de resistir as tentações, de luar contra meus próprios males me faz acordar de manhã e sentir o cheiro da vida. Conseguir resistir a si mesmo e aos seus limites é mais reconfortante. Faz com que a gente se sinta imortal, invencível.

E é assim que eu me levanto hoje. Farejando uma nova chance.

14 de out. de 2009

"Ninguem Merece Ser só Mais Um Bonitinho"

“Ninguém merece ser só mais um bonitinho.”


Essa frase me faz pensar a vários dias nesse lance de “beleza”, estar bonito, se sentir bonito, se sentir diferente.

Não acredito que deva dar explicações, até porque não sei quem, quando vão prestar atenção nisso. Mesmo assim, creio que devo externar a coerência dos meus motivos.

Passei quase três meses me lamentando por não entender os motivos de alguém, por não entender aonde eu fui tão insignificante a ponto de ninguém se importar. Nesse meio tempo procurei nos mais variados tipos de amizade conforto, compreensão e principalmente APOIO. Fiz coisas variadas e todas essas coisas me faziam esquecer dos problemas, mas eu notei que muitas vezes estava fazendo coisas que os outros queriam. Estava buscando fazer alguém feliz pra que essas pessoas me proporcionassem sorrisos.

Me vi mais uma vez fazendo de tudo por todo mundo sem me dar conta do que eu realmente precisava. Sem perceber que eu tenho um coração e de alguma forma eu tinha de ocupá-lo.

Quando encontrei a pessoa certa, vi que não havia confiança suficiente e desisti.

Ai veio meu aniversário e não diferente dos outros anos, a maior parte das pessoas que eu mais gosto, e mais me dedico simplesmente esqueceu. Ou não quis ligar e dizer que lembrou pelo menos. Não me refiro nem a presentes e tal, apesar de que a única coisa que eu ganhei de aniversário foi um boné.

Esse boné, junto com a frase que começa este texto me levaram a entender que eu não preciso MESMO ser como os outros querem. Não preciso mostrar sorrisos que eu não quero mostrar, não preciso ser perfeito para os outros e sim pra mim. Preciso me sentir bem, e deixar de buscar abrigo pra minha dor. Se ninguém está disposto a me dar um abraço verdadeiro então não merecem que eu os acompanhe. Não dotado de beleza superficial pelo menos.

Quero que gostem de mim pelo que sou. Não pelo que pareço ser ou pelo que faço. Quero que me vejam como eu sou, e não por trás daquela máscara perfeita e feliz que eu costumo apresentar.

Simplesmente quero que me vejam, me entendam e me aceitem. Se ninguém for capaz disso, infelizmente eu estarei certo. Mas eu sei, que lá no fundo tem alguém que vai dizer: “eu gosto de você, careca ou cabeludo”. E é a partir daí que eu vou começar a viver de novo.

Eu não preciso ser atraente pra viver a minha própria vida.

Eu não preciso mais ser bonito pra ninguém. Nem me importar com isso. Porque eu não quero ser só mais um bonitinho.


Eu quero ser EU.