23 de set. de 2008

Em Desespero...


As vezes é necessário se destilar, se quebrar um pouco. É preciso abrir mão de você mesmo pra fazer bem a outras pessoas.
Foi por isso que eu joguei meus conceitos fora quando voltei a tomar sem contar pra quase ninguém meus antidepressivos. Comecei a tomar pra ter forças e suportar os problemas que eram atirados contra mim como se fossem fruto da metralhadora do Rambo. E o pior é que eu sempre fui fã do Rambo.
Mas isso é outra história. O fato é que eu não conseguia mais suportar algumas situações de conflito que não faziam mal só a mim, mas aos espectadores destes conflitos. Como por exemplo as brigas com meu irmão adolescente que espelhavam na minha mãe muita tristeza ou coisa do gênero. Sem contar na quantidade de pessoas das quais eu me afastei, ou pras quais eu acabei dizendo coisas pesadas e da boca pra fora. Enfim. Tentando evitar todos esses conflitos interpessoais foi que eu me entreguei novamente aos comprimidos, e secretamente mantive isso por quase um mês.
Não nego em momento algum que tenha sido até melhor pra mim, pois eu me senti mais feliz, mais forte, mais capaz de aceitar as surras que o mundo me dava. Mas foi ai que eu percebi em que chão eu estava pisando.
Eu evitava os conflitos, fugia dos problemas e me escondia em comprimidos que me chamavam cada dia mais pra junto deles. Em um mês já tinha quase dobrado a dosagem (comecei tomando metade do que era receitado e passei para a dosagem correta. Nada que não tenha vindo do médico.), o que começou a me tornar dependente, ao mesmo tempo que NINGUEM mais fazia algo pra que os conflitos fossem evitados, pelo contrário, eles continuavam ocorrendo e eu não dizia nada, passei a ser um peso morto, um saco de pancadas e aceitar todo tipo de xingamentos e agressões que lançavam contra mim, sem ter nem ao menos a dignidade de reclamar depois quando começasse a doer.
Um final de semana sozinho em casa foi o suficiente pra me acordar deste sonho. Acordei tarde demais no sábado e não tomei o remédio de manhã, tive dores de cabeça e náuseas o dia todo, mas estava bem, me divertindo e conseguindo escrever. Coisa que a vários dias eu não fazia. Tomei muito café naquele dia e decidi não tomar o remédio a noite. Acordei no domingo irritado, odiando a minha cara mas podia me sentir. Consegui me irritar facilmente com uma pá de coisas, depois teve o ensaio da banda e tudo foi melhorando. E decididamente ontem joguei todos os comprimidos na privada, pra nunca mais ter a tentação de olhar pra eles.
Confesso que estou em um momento de desespero, sinto falta da calmaria que me abateu naqueles dias de clausura do mundo que os remédios proporcionavam, mas não adianta se drogar pra contornar os problemas. Se eu não for capaz de enfrentar sozinho então não mereço que as coisas dêem certo no final não é?
Então como diria o mestre Yoda (Star Wars) Que esteja com você a força meu jovem. Mas como ser forte diante de tudo que acontece e de toda a grandiozidade e complexidade das coisas que acontecem? Tem dias que até mesmo o mais bravo dos soldados cansa de lutar. E eu ja estou cansando...


“Desespero. Eu me encontro aqui, em desespero e sem saber o que fazer.”

Um comentário:

Anônimo disse...

Juh, eu quase sempre me identifico muito cm todos os teus textos, mas esse em especial, me fez me ver, e pensar bem no que eu fiz e andava fazendo ultimamente, por que acredite, eu passei pelas mesmas coisas, e fiz as mesmas coiisas... Mas como tuh mesmo disse, nao adianta fugir dos problemas, a gente nao vai elimina-los, soh vamos adia-los.... Eh isso ai meu velho, a gente tem que nfrentar tudo de frente, se medo, embora as vezes isso seja extremamente impossivel !
Se preciisar de miim, da um grito guri !
adoorei o teexto!
beeeeijos